PF confisca panfletos contra Dilma em gráfica
Irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de Serra é uma das proprietárias da gráfica
NELSON ALMEIDA/AFP
Apreensão foi determinada pelo TSE; bispo católico encomendou material
A Polícia Federal apreendeu neste domingo, em uma gráfica no bairro do Cambuci (SP), cerca de 1 milhão de folhetos relacionando a presidenciável Dilma Rousseff, do PT, à defesa da descriminalização do aborto. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, a busca e a apreensão foram feitas a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A irmã do coordenador de infraestrutura da campanha do presidenciável José Serra (PSDB), Sérgio Kobayashi, é uma das proprietárias da gráfica. Arlety Satiko Kobayashi é dona de 50% da Editora Gráfica Pana Ltda e é filiada ao PSDB desde março de 1991, segundo o TSE.
No sábado (16), depois que o material foi encontrado por militantes do PT na gráfica, o partido entrou com uma representação no TSE tentando impedir a distribuição dos panfletos. Também registrou ocorrência policial pedindo apuração de possível crime de difamação e a origem dos recursos usados para o pagamento do material.
De acordo com um dos proprietários da gráfica, foram impressos 2,1 milhões de folhetos (100 mil na campanha do primeiro turno e 2 milhões na do segundo turno) por encomenda da Diocese de Guarulhos.
Desde sábado, a reportagem tenta contato com o bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que teria encomendado a impressão do material, de acordo com Paulo Ogawa, pai de Alexandre Takeshi Ogawa, outro proprietário da gráfica. De acordo com ele, originalmente a Diocese solicitou a impressão de 18 milhões de panfletos. A gráfica, contudo, recusou argumentando que não teria capacidade para dar conta da encomenda. A primeira entrega do material ocorreu dia 15 de setembro.
Datado de 26 de agosto, o panfleto diz que Lula e Dilma assinaram o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), “no qual se reafirmou a descriminalização do aborto. No texto, a defesa da legalização é chamada de “política antinatalista de controle populacional, desumana, antissocial e contrária ao verdadeiro progresso do país”.
A assessoria da campanha de Serra, em nota, negou qualquer relação entre o candidato e a produção dos panfletos.
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